O negócio das cartas

Considero a carta de condução um direito de todos os cidadãos e como tal é com grande espanto que verifico que este, chamemos-lhe privilégio, foi convertido num negócio! Constatei este facto porque tenho uma pessoa que se encontra a tirar a carta e na brincadeira resolvi fazer alguns exames; pois bem, desafio todos os habilitados a fazerem alguns exames e aposto que ninguém passa. O exame é composto por uma série de perguntas que não testam os conhecimentos mas sim pormenores que em termos práticos, para quem vai conduzir, nada aferem. Perguntas com imagens cujas respostas são do tipo: errado, não reparou que ao lado do semáforo estava um sinal para eléctricos, mas um sinal do tipo “onde está o wally?”- ridículo, mesmo! Outras perguntas do tipo qual a tara máxima de um tractor agrícola sem atrelado (como se todos os dias fossemos andar com um veiculo destes!) – faz-me lembrar aquela pergunta num concurso de um programa do Herman há muitos anos em que o apresentador questionava quantas páginas tem a lista telefónica da Nova Zelândia…
Claro que não deixo de referir as eternas questões sobre um sinal que possivelmente nunca vamos ver na nossa vida ou que então vamos encontrá-lo numa estrada muito, muito secundária a caminho de uma terriola qualquer.
Depois chumba-se no código, tem de se ter mais umas aulas (que diga-se, não servem para nada), novo exame e claro, mais um preço bastante em conta…depois as histórias do instrutor que aconselha o aluno a termais umas aulas extra porque acho que ainda não está preparado (com tanta gente a viver de comissões…).
Posteriormente, vêm as eternas histórias de “ah e tal, nem tive de estacionar para passar no exame”, e pronto aí vem mais um para as estradas, passou no código à 2ª (a média não deve andar longe) sem saber conduzir…
A sério, se tiverem alguém conhecido a tirar a carta, peçam-lhe para fazer um exame….cada um tire as suas conclusões…

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